Apresentação
O projeto nasceu no processo da minha
maternidade, tive um parto domiciliar planejado que mudou meus horizontes
profissionais, desde a gestação e ainda após o nascimento do meu filho comecei
a me dedicar e a estudar o mundo da gestação e das relações que nascem com um
bebê, resolvi então unir meus maiores interesses e paixões: a dança e a
maternidade.
O
campo de atuação da dança é muito vasto. A dança num senso convencional e em um
pensamento imediato está ligada as artes, mas as linhas limítrofes que balizam
o campo da dança podem ser expandidas. Deste modo vamos lançar um olhar sobre a
dança atuante no campo da saúde, tanto como colaboradora de uma boa saúde
física quanto mental. Esse projeto se trata de uma aplicação da dança a um
grupo que passa por um momento específico, tratando aqui da atuação do
movimento dançado em gestantes e mães com bebês. Mães em potencial com seus
bebês para nascer e mães com seus filhos nascidos, utilizando a dança nesse
momento da vida com uma função terapêutica e promotora de uma boa saúde,
conjugando os aspectos físicos e mentais. Obviamente os trabalhos desenvolvidos
para esses dois grupos são distintos, embora sigam uma linha referencial, eles
respeitam o tempo e processo da maternidade, desde a gestação ao pós-parto.
A
cultura mundial trata esse período na vida da mulher de modo muito específico,
há muitas lendas e mistérios no imaginário popular que acabam por impelir
algumas limitações às mulheres nesta fase. No Brasil, o cuidado com a gestante
muitas vezes é tão exacerbado que uma fase especial emocionalmente, mas
fisiologicamente normal é tratada muitas vezes como se fosse uma disfunção do
organismo, uma patologia. Ao propor aulas de dança voltadas para o público que
está em processo de gestação por vezes percebemos certa resistência e uma
típica indagação. Mas pode? Grávidas não precisam de descanso? Pode sim, pois
vida é movimento e parto é movimento! O sedentarismo em grávidas, aliado a
ansiedade é um grande causador de um sobrepeso maior do que o recomendado na
gravidez e que pode gerar problemas na coluna e joelhos, bem como tem ligação
com o diabetes gestacional.
A
dança enquanto atividade física promove uma sensação de bem estar, atuando na
liberação de hormônios (endorfinas) que proporcionam essas sensações
agradáveis. Portanto, reduz a chance de cometer excessos alimentares, bem como
atenua ou impede que processos de quadro depressivo se desenvolvam. Em
raríssimos casos a gestante deve repousar, como por exemplo, em casos de placenta
prévia, entre outros casos específicos e raros.
Toda
mulher que tem uma gravidez normal e sadia pode e deve se exercitar, e a dança
alia os benefícios físicos e psicológicos, pois foge do campo enfadonho de
exercícios repetitivos.
Uma
vez com os filhos nos braços a dança contribui para reestabelecer a organização
corporal e permite um vínculo e cumplicidade entre mães e filhos. Além de permitir uma consciência corporal que
ajuda para que não sejam criadas tensões desnecessárias ao portar o bebê. Auxilia
também na redução do peso adquirido na gestação. E se praticada em grupo
possibilita a sociabilização, o retorno ao convívio social sem abrir mão da
presença do seu bebê, o ser mais amado e curtido nesse momento e que merece
toda a atenção materna. As aulas são ainda um momento de troca com outras
mulheres que estão atravessando a mesma fase da vida. Para o bebê traz o
conforto do balanço na dança, proximidade com a mãe e relaxamento num ambiente
onde a amamentação é incentivada. As mães têm relatado redução na incidência de
cólicas e melhora no sono dos bebês. Para fazer às aulas com o bebê nascido
recomenda-se o uso de algum carregador: sling, cangurus, wrap, mei-tai.
Ambas
as aulas devem ser permitidas pelo médico ou obstetriz, aconselha-se começar no
segundo mês de vida do bebê, principalmente se tratando de um primogênito, para
um segundo filho a partir do primeiro mês as aulas podem ser iniciadas,
dependendo das condições do parto e do aval de um profissional que acompanhou a
puérpera e o bebê.
Portanto, cada aula é focada no
tempo e processo da maternidade, desde a gestação ao pós-parto/nascimento.
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